quarta-feira, 9 de março de 2011

Que aflição,
A do incerto mover-se
De um para outro lado,
Chegando até ao amor.
Que aflição a de ver o incerto pairar,
Consumir e cegar
O tudo de certo
Que em nós flameja.

Que aflição, não dor!
Que aflição, dor nunca!

Rasurar, rasurar tudo,
O certo, o incerto, o amor
Tudo rasurar, tudo
E não ficar aflito no incerto,
Só deixar-se cair nele,
Usufruir dele.
Fazer uso do incerto,
Sem o tomar por certo.

Que aflição, não dor!
Que aflição, nunca dor!

E o que é que aflige a alma,
Mais do que ausência de calma?
Só a incerteza e a sua aflição certeira.
Tomara fosse passageira,
Esta aflição certeira.
O mal, é que reina incerteza
E por isso, a dura rudeza de saber-se no incerto,
Faz-nos chegar mais perto
De seja o que for que julgamos incerto!

Que aflição, não dor!
Que aflição, nunca dor!

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