Que aflição,
A do incerto mover-se
De um para outro lado,
Chegando até ao amor.
Que aflição a de ver o incerto pairar,
Consumir e cegar
O tudo de certo
Que em nós flameja.
Que aflição, não dor!
Que aflição, dor nunca!
Rasurar, rasurar tudo,
O certo, o incerto, o amor
Tudo rasurar, tudo
E não ficar aflito no incerto,
Só deixar-se cair nele,
Usufruir dele.
Fazer uso do incerto,
Sem o tomar por certo.
Que aflição, não dor!
Que aflição, nunca dor!
E o que é que aflige a alma,
Mais do que ausência de calma?
Só a incerteza e a sua aflição certeira.
Tomara fosse passageira,
Esta aflição certeira.
O mal, é que reina incerteza
E por isso, a dura rudeza de saber-se no incerto,
Faz-nos chegar mais perto
De seja o que for que julgamos incerto!
Que aflição, não dor!
Que aflição, nunca dor!
Sem comentários:
Enviar um comentário