domingo, 6 de março de 2011

Estou a assistir á modernidade sentada num banco de betão,
Com um xaile de algodão ao pescoço.
Todas as tardes, não mais tarde do que as quatro,
A minha amiga Futuro senta-se ao pé de mim e fala-me de amanhã.
Como paga, eu falo-lhe de ontem, de à um ano, de à vinte anos.
A Futuro não sabe de nada, só sabe de si, de amanhã e depois.
Esse é o presente da minha amiga Futuro,
Fazer-me recordar da importância do meu passado.
Quando anoitece, curvo o corpo para a frente,
Amparo-me na minha amiga Futuro,
Dou passo após passo, cambaleio e pouco tempo depois,
Dou vida ao futuro, dormindo,
Sonhando com o passado e esperando que ambos se encontrem,
Passado e futuro,
Discutam o presente que me darão amanhã,
Quando eu acordar e arrastar o meu velho corpo
Para onde quer que eles decidam ser o meu destino.

1 comentário:

  1. Para quê falar no passado, quando é o presente que temos de viver para um futuro próximo chegar e se o passado não podemos alterar?!

    Take time to heal wounds...

    ResponderEliminar