quarta-feira, 27 de abril de 2011

No espinho da rosa solidão, não há quem não pique a mão
Sangra do dedo o sangue, vermelho, rubro de paixão
Escorre, esvai-se e desce, desce o sangue pela mão
Do espinho da rosa solidão, já muitos sentiram o ferrão

Houve muitos picados em vão, por esse espinho aguçado
Muitos que não sentiram e outros que nem sangraram
Mas a história não é só contada por aqueles que se aleijaram
É certo e sabido que o espinho, da rosa da solidão, ás vezes pica enganado

Com tanto apetite de golpe, vontade de sangue e choro
O pico do espinho aguçado ás vezes fica desnorteado
Pica quem deve e não deve, quem merece e quem vai distraído
Ás vezes dá a parecer, que com justiça ou sem ela, picará sem ter decoro

Mas a rosa não é culpada, não, se pica quem deve e não teme é só por uma razão
Para que sintam e reflictam qual, a sua verdadeira solidão
Se aquela que trazem no peito, amarrotada e sem sentido, ou a outra que carregam e da qual
[ não abrem mão
Por isso só digo e repito, no espinho da rosa solidão, não há quem não pique a mão.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Estava a pensar meu amor
Nos meus lábios nos teus
Nos teus lábios nos meus
Estava a pensar meu amor
Mas não sei, não sei se pensava bem

Estava aqui meu amor
No meu lugar sozinho meu bem
A pensar em mim e em ti
Estava aqui meu amor
Mas não sei, algo não me parecia bem

Estava aqui meu amor, sozinho
A perceber que já não eras o meu amor
Aqui no meu lugar, sentado e vazio
Estava aqui meu amor, sozinho
Mas não sei, não sei se te quero bem

Estive aqui meu amor, tanto tempo
A sentir como te amava,
A perceber como te queria,
Mas estive aqui meu amor, tanto tempo
Que não sei, não sei para que é que esperei…

Agora já não espero meu amor
Meto ambos pés ao caminho
Lanço passo após passo no percurso
Agora já não espero meu amor
Mas ainda te procuro, não duvides, ainda te procuro!

domingo, 3 de abril de 2011

Vai a cambalear, sem abrandar o passo,
Cada passo mais trôpego que o outro,
Mas todos sem se deixar cair no chão.
Vai a cambalear no meio da rua deserta
Mas sempre sem esquecer o destino que a aperta.
Segue só e a cambalear pelo meio da rua deserta,
Nem sozinha, nem com par o seu passo lesto aborta
Vai a cambalear e tão sozinha
Dizem dela, “que está perdida”.
Vai sozinha e a tropeçar,
Mas mesmo assim não definha!
Que frio gélido a contorce
Que raio de sol tão distante
Todos os sentidos bêbados
Mas o mesmo olhar radiante!
Não lhe falta a calma no andar,
Não padece de doença alguma,
Aquilo que a faz tropeçar
É a dificuldade em sonhar.

sábado, 2 de abril de 2011

Pensar na estranheza daquele facto,
Cair no acto e repensar tudo,
Perceber que é preciso viver tudo,
Sentir tudo,
Chorar tudo.
Sair de casa,
Abraçar tudo e confiar,
Amar,
Amar e amar,
Principalmente amar-me assim,
Amar-me a mim.


A M.