Sou o último de meu naipe
Sou restolho e fraco sai-me
Um discurso de tormenta dura
Que no ser de sua loucura
Se embevece com tontura
Já não mudo ou sou o mesmo
Já não cedo ou sigo em rumo
Estou cansado no meu cais
E meu barco embora duro
Não irromperá pelo muro
Em terras de sol me abri
Só para ser no que sofri
Rés-do-chão primeiro andar
Para a mim me atravessar
Quem assim o desejar.
Já não tenho força nas pernas
As palavras só me saem ocas
E por muitas que me saiam
doidas
Outras tantas se me atravessam
mudas
Tenho saudades, irmão, tenho
saudades.