sábado, 5 de março de 2011

Com medo demais,
De uma gota até!
Com medo da gota que se possa transformar em oceano.
Com medo a mais.

O bater de cada gota no meu crânio,
A fazer-me temer o oceano.
O silêncio após cada bater de gota
A fazer-me temer o silvo penetrante de uma outra gota!

O medo, ávido de silêncio,
Para me fazer temer até o ligeiro ruído.
E as gotas, sempre a desmoronar,
Com uma precisão tétrica,
A arruinar a paz de espírito,
A abalroarem todos os alicerces ainda em construção,
A aniquilar com exactidão bélica.

O medo, tudo do medo!

Medo de quê?
Do sulco no crânio?
Do afogamento?
Do correr das gotas pelo chão?
Da próxima gota?
Medo do quê?
Medo do nada, só isso, medo do nada, onde sequer há água!

1 comentário:

  1. Ter medo é uma perda de tempo!!
    Para a frente é que é o caminho, por mais difícil que pareça ao início. Mas no início custa sempre, depois é sempre igual de fácil!!

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