segunda-feira, 21 de março de 2011

Parece só esquecermos na lembrança do que foi
Parece que não há mais vida, que a que foi já era
E parece, sobretudo parece isto, que nada se parece
E já nada parece com sede, ou fome, já nada parece
Os dias estão a cair num leve sono diurno
As noites agarram-se onde podem e pretendem não cair
E eu já não sei onde me agarro, pois parece que mais me afundo
Lembro que já nada se parece com nada, com o que conheci
Lembro que já não sou eu quem era
E lembro que era bom o dia mau
E já não me lembro de como é um dia bom
Os dias agitam-se ao passar das horas
As noites enlaçam-se nas manhãs e não me deixam despertar
E eu já só sei que tudo é diferente, pois tudo era demasiado igual
Concordo com as palavras que me saem das mãos
Concordo com a melancolia inerente a elas mesmas
E concordo que um dia diferente virá, como todos estes o são já
E já concordo que houve dias mais difíceis a ultrapassar
Os dias estão cá para eu me despedir
As noites por cá andam para eu não mais cair!
E eu, eu nem sei bem a quantas ando, mas vou andando…

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