sexta-feira, 29 de julho de 2016

Ela.

Na fuga do meu ser em brasa
Atraiçoo o rever teus lábios
Já não sou eu que te olha
Hoje sou outro e amanhã quem sabe
Ficam pedaços que rasgados sangram
Sobre meu peito várias canções em febre
São mercúrios que gravitam em névoa
Meus olhos a tangente do querer sorrir
Estivesses aqui e fosse ainda eu
Mas a plácida bonomia se mantem
A letargia aplaca o não saber estar e sou-me em esforço
Transpira da algibeira uma nota de 20 e sei que tenho
Não importa o quê mas sei que tenho
Meus lábios, presos na memória tua torturam meu peito
Desfeito o coração soluça em nobre pranto
Já não sou eu de novo
E a canção toca outra vez
Na dança gélida de não haver teu corpo
Movo lágrima após lágrima meu peso torto
A falta que fazes
A falta que sinto de ti
A falta de não te ter perto
A falta de não saber novas tuas
Tudo se aplaca e a torneira cessa sua torrente gélida
Desperto um outro eu, novamente, uma outra vez
Quem sou de novo perguntam-se meus botões lavrando cifras
A falta tua no deserto que sou grita

E petrificado me prostro sempre uma e outra vez á tua memória que me atravessa

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