sexta-feira, 25 de abril de 2014

Por dentro do de dentro.

Se não estivesse o tempo tão carregado,
Se não fossem os dias tão enfadados,
Fossem mais magicas as histórias,
Mais frescas as memórias...

Ontem gostava de ter sido hoje
E hoje adoraria ser amanhã.
Mas pela fresca, bem cedo,
Com aquele ar de quem não tem medo!

Estive anos inanimado no meu corpo,
A lançar, só um peso morto,
Escondendo o torpe desalento
De quem dia-a-dia morre, lento

Olhar fundo, olhar para dentro,
Ir tão lá longe, mar adentro.
Ir tão fora, de mim fora,
Ficar lá, hora após hora!

Mas no meio, disto tudo,
No andar quieto, ficar mudo
Quedar mouco, tão calado
Ou ser por cousas, tresloucado!

Ser quem sou, tão simplesmente,
Que no errar da minha mente,
Ser-me á mesma, sana mente,

Igual aos outros, mas diferente.

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